tag:blogger.com,1999:blog-70532599258889061182024-02-08T07:27:15.287-08:00MarésJennhttp://www.blogger.com/profile/02820782840797994953noreply@blogger.comBlogger17125tag:blogger.com,1999:blog-7053259925888906118.post-34780550227703594322012-02-15T08:54:00.001-08:002012-02-15T08:57:55.253-08:00<p class="MsoNormal"><span ><span class="apple-style-span"><span lang="PT" style="line-height: 115%; ">Tenho</span></span><span class="apple-converted-space"><span lang="PT" style="line-height: 115%; "> </span></span><span class="apple-style-span"><span lang="PT" style="line-height: 115%; ">(muita)</span></span><span class="apple-converted-space"><span lang="PT" style="line-height: 115%; "> </span></span><span class="apple-style-span"><span lang="PT" style="line-height: 115%; ">alguma inveja daquelas mulheres que conseguem aguentar estoicamente um dia inteiro sem saírem do sitio. E quando digo "sem saírem do sitio" não me refiro a ficarem quietinhas sugaditas no lugar delas. Antes pelo contrário. Refiro-me àquelas mulheres que tratam de tudo e mais alguma coisa e chegam ao final do dia como se tivessem acabado de sair de casa. Maquilhagem impecável, cabelo armado, roupa sem um vinco, etc. e coiso.</span></span><span lang="PT" style="line-height: 115%; "><u1:p></u1:p><o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal"><span ><span class="apple-style-span"><u1:p></u1:p><span lang="PT" style="line-height: 115%; ">É que eu bem me esforço para sair de casa apresentável. Lavadinha e cheirosinha e etc, mas chega à hora de almoço e já estou, no mínimo, despenteada e amarrotada. Nem falemos no final do dia não é verdade? É que se tiver sido um daqueles dias que me obriga a andar de um lado para o outro a fazer recados então é um ver se te avias. A mulher chega a casa parece ela que foi atropelada por um cilindro de terras (mas em gorda).</span></span><span lang="PT" style="line-height: 115%; "><u1:p></u1:p><o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal"><span ><span class="apple-style-span"><u1:p></u1:p><span lang="PT" style="line-height: 115%; ">É o cabelo (eu coço freneticamente a cabeça quando entro em stress... chego ao ponto de fazer feridas pelo que não há penteado que aguente muito tempo), é as unhas com o verniz lascado, ou mesmo sujinhas (again... coçar a cabeça é um péssimo habito!) é a cara toda "amassada" (tão a ver o ar cansado? é assim, mas em pior). Um pesadelo!</span></span><span lang="PT" style="line-height: 115%; "><u1:p></u1:p><o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal"><span ><span class="apple-style-span"><u1:p></u1:p><span lang="PT" style="line-height: 115%; ">E depois o que é que isto provoca? Provoca que eu entre num banco (por exemplo) afogueada, com a mala, o portátil, o livro e uma pasta com documentos debaixo do braço, toda torta, cansada, e o que é que lá está? Uma</span></span><span class="apple-converted-space"><span lang="PT" style="line-height: 115%; "> </span></span><span class="apple-style-span"><span lang="PT" style="line-height: 115%; ">senhora</span></span><span class="apple-converted-space"><span lang="PT" style="line-height: 115%; "> </span></span><span class="apple-style-span"><span lang="PT" style="line-height: 115%; ">(cabra) toda bem posta, toda ela a transpirar profissionalismo e água de rosas, toda ela a mostrar-me que lá no fundo no fundo ainda não vivo no mundo dos crescidos, que lá no fundo no fundo não fui feita para andar de saltos altos nem unhas pintadas nem cabelo arranjado. Que lá no fundo no fundo ainda sou a miúda desengonçada que andava no 7º ano e ainda não tinha maminhas e brincava com os rapazes.</span></span><span lang="PT" style="line-height: 115%; "><u1:p></u1:p><o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal"><span ><span class="apple-style-span"><u1:p></u1:p><span lang="PT" style="line-height: 115%; ">Agora a sério? A partir de que idade é que atingimos esse "nirvana" de nos tornarmos umas senhoras (de preferência um dia inteiro!)</span></span><span class="apple-converted-space"><span lang="PT" style="line-height: 115%; "> </span></span><span class="apple-style-span"><span style="line-height: 115%; ">?</span></span><span style="line-height: 115%; "><o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal"><o:p><span > </span></o:p></p>Jennhttp://www.blogger.com/profile/02820782840797994953noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7053259925888906118.post-57673682360385977712011-01-05T14:16:00.000-08:002011-01-05T14:17:34.245-08:00<div>"Gosto de te ver a rir e a brincar, gosto do teu cheiro e do teu olhar, gosto de te ter sempre perto e de sentir que tudo está certo, de saber que afinal vale a pena acreditar que um dia a paz acaba sempre por chegar, que não há esperas vãs nem dias perdidos, que todas as noites são de lua cheia e todas as manhãs estão cheias de ti, meu amor, quero-te, quero-te, quero-te.</div><div>Por isso abre as mãos e o peito, deixa-me ficar para sempre lá dentro, guarda-me em ti e espera sem esperar a cada dia que passar, que este meu amor imenso, doce, intemporal resista ao tempo, resista ao medo, resista ao mundo, resista a tudo e não precise de mais nada a não ser de ti, tu que és principio e fim, que estás no meio de tudo, que atravessas a vida de mão dada comigo, tu de quem eu gosto, gosto, gosto.</div><div>Às vezes é preciso respirar fundo antes de responder, calar em vez de falar, fechar a gaveta sem a arrumar."</div><div>♥</div><div><br /></div>Jennhttp://www.blogger.com/profile/02820782840797994953noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7053259925888906118.post-52805634091217845112010-11-06T15:12:00.000-07:002010-11-06T15:14:27.104-07:00<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman'; -webkit-border-horizontal-spacing: 5px; -webkit-border-vertical-spacing: 5px; "><p align="left"><span><span><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium; ">Todas as cartas de amor são ridículas.</span></span></span></p><p align="left"><span><span><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">Não seriam cartas de amor se não fossem ridículas.</span></span></span></p><p align="left"><span><span><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">Também escrevi em meu tempo cartas de amor,</span></span></span></p><p align="left"><span><span><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">Como as outras, ridículas.</span></span></span></p><p align="left"><span><span><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">As cartas de amor, se há amor,</span></span></span></p><p align="left"><span><span><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">Têm de ser ridículas.</span></span></span></p><p align="left"><span><span><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">Mas, afinal, só as criaturas que nunca</span></span></span></p><p align="left"><span><span><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">escreveram cartas de amor é que são ridículas.</span></span></span></p><p align="left"><span><span><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">Quem me dera no tempo em que escrevia</span></span></span></p><p align="left"><span><span><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">Sem dar por isso cartas de amor ridículas.</span></span></span></p><p align="left"><span><span><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">A verdade é que hoje</span></span></span></p><p align="left"><span><span><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">As minhas memórias</span></span></span></p><p align="left"><span><span><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">Dessas cartas de amor é que são ridículas.</span></span></span></p><p align="left"><span><span><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">(Todas as palavras esdrúxulas, como os sentimentos esdrúxulos,</span></span></span></p><p align="left"><span><span><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">são naturalmente ridículas.) </span></span></span></p><p align="left" style="font-size: medium; "><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Book Antiqua'; font-size: small; ">(Álvaro de Campos)</span></p></span>Jennhttp://www.blogger.com/profile/02820782840797994953noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7053259925888906118.post-75683895054575223012010-09-14T14:05:00.001-07:002010-09-14T14:05:26.364-07:00SaudadeSaudade. Uma palavra que muito significa. Uma palavra aparentemente simples mas que ao mesmo tempo é extremamente complexa. Saudade. Uma palavra só mas com muitas aplicações. Uma palavra que muitos entendem mas que poucos tem a capacidade de descrever.<br />O que é a saudade? A saudade tem a capacidade de dar foca mas em contrapartida também a tira.<br /> A saudade pode ser como umas garras afiadas que nos aperta o coração tirando toda a vitalidade que nos corre pelo corpo, gelando a nossa alma, provocando efeitos devastadores no nosso espírito, arrastando-o para o abismo.<br />A saudade percorre o nosso corpo cobrindo cada centímetro com uma incrível sensação de frio. Deixando uma pessoa paralisada com dores e vazia por dentro.<br />A saudade rodeia o nosso mundo com vento e tempestades poderosas, ocultando toda a luz que a outra hora iluminava o nosso caminho.<br />A saudade deixa-nos cegos para todo o resto. Tudo que esta a nossa volta desaparece deixando apenas uma sombra daquilo que era, como um reflexo visto através de um espelho quebrado e cheio de pó.<br />Em contrapartida a saudade dá forças. A saudade alimenta. A saudade tem o poder de mover mundos e arrasar montanhas. Tudo é possível quando o objectivo é matar saudades. Uma vítima da saudade é capaz de muita coisa para eliminar esse sentimento da sua vida e da alma.<br />A saudade. A saudade, no entanto, não deixa de ser o eterno sofrimento que atormenta quem tem coração e gosta de quem o rodeia.<br /> Isto é uma vaga descrição de saudade elaborada por alguém que sofre com o afastamento, por um motivo ou outro, das pessoas que fazem parte da sua vida.<br />Quando digo que tenho saudades tuas, então o meu mundo está de avesso e é por isto que eu estou a passar.<br />Tenho saudades.Jennhttp://www.blogger.com/profile/02820782840797994953noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7053259925888906118.post-58456656490976655602010-08-19T09:24:00.000-07:002010-08-19T09:38:29.653-07:00InspiraçãoInspiração. Onde andas tu? Inspiração. De onde vens? Inspiração. Para onde foste?<br />Inspiração divina. Inspiração natural. Inspiração material. Inspiração instantânea. Recordações inspiradoras. Todos necessitam de inspiração, não apenas os escritores. É necessário uma inspiração ate para viver.<br />A inspiração é a fonte de tudo que criamos. Então porque me foge a inspiração?<br />O grande mestre Luís Camões tinha as suas musas inspiradoras. Isto foi o pormenor que mais me marcou da obra dele. Quem eram estas musas? Porque não me ajudam elas a ter uma inspiração semelhante? Talvez essas musas deixaram de existir a partir do momento em que ele soltou o ultimo sopro que permanecia nos seus pulmões. Será? Aparenta que cada um tem que ter uma fonte de inspiração diferente. Então porque motivo estou com a impressão que perdi a minha?<br />A dor que habitava o meu ser tem vindo a diminuir. Isso em termos psicológicos ate é bom. Mas no que toca aquilo que faço significa menos uma fonte de inspiração. Todos os grandes escritores aparentam ter isso em comum. A dor serve de inspiração para escrever.<br />Inspiração natural. O mar. As florestas. As montanhas. Os vales. O mar todo-poderoso e incansável que nunca desiste de fazer o seu percurso. As florestas escuras que escondem os terrores que nos atormentam como sombras das nossas almas. As florestas iluminadas que nos desorientam com a sua vastidão tal como a vastidão que é a difícil tarefa de viver. As arvores com os seus segredos ocultos que sussurram com o vento, cantando poemas de louvara para as estrelas que brilham no céu dando homenagem a sua beleza eterna. As majestosas montanhas, quais sentinelas imortais, que lançam o seu olhar conhecedor sobre o mundo que as rodeia. Com o seu sopro silencioso inspiram e transmitam a sua força grandiosa.<br />Inspiração divina. O céu com os seus diamantes de brilho imortal, enchendo a escuridão com luz. Os anjos que cuidem desses diamantes enquanto brincam no infinito. A própria eternidade. Tudo isto serve para inspirar.<br />Inspiração. Fonte eterna, majestosa, grandiosa, oculta. Procurar-te é um desafio, encontra-te uma bênção, descrever a tua essência… Impossível. Inspiração.Jennhttp://www.blogger.com/profile/02820782840797994953noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7053259925888906118.post-53019256475352106832010-08-16T14:04:00.000-07:002010-08-16T14:05:13.110-07:00ImaginaImagina.<br />Imagina um por do sol sobre o mar num final de dia de Outono. Um por do sol que enche o céu sobre o oceano de tons de vermelhos como se a própria mão de Deus estives a decorar o horizonte com aguarelas maravilhosas, iluminado as nuvens com esse espectáculo de cores. Imagina.<br />Imagina que olhando para o lado oposto do céu encontras um azul celestial que luta com os vermelhos outonais tentando arranjar espaço para a lua no céu nocturno que agora toma o lugar do velho sol. Com a lua de caçador a subir para os céus as estrelas aparentam perder alguma da sua força e brilho. Imagina. <br />Imagina que as poucas nuvens que pouco tempo antes vagueavam no distante horizonte agora estão estacionadas sobre nos e que começam a libertar milhares de pequenas gotas de chuva como lágrimas dos anjos. Essas gotas chegam a superfície terrestre com tanta ternura que parecem milhares de beijos que o céu dá a terra em forma de homenagem por todo o sacrifício que o planeta faz para manter os seus habitantes seguros. Esses beijos estão tão carregados de sentimentos que os anjos deixaram escapar que o seu toque sobre qualquer ser vivo deixa uma marca profunda e purificadora que liberta a alma de todas as feridas acumuladas com o tempo. Imagina. <br /> Imagina que depois dessa chuva purificadora as nuvens separaram-se para dar lugar novamente as estrelas que depois de tudo estão com nova força e um brilho muito mais intenso iluminado todo o céu nocturno com a sua beleza como o brilho de diamantes no fundo de um lago perdido. Imagina. Imagina.Jennhttp://www.blogger.com/profile/02820782840797994953noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7053259925888906118.post-77774613022041952162010-08-16T10:43:00.000-07:002010-08-16T11:16:08.618-07:00Espada QuebradaO silêncio nocturno aumenta a sensibilidade de todos os outros sentidos. A escuridão da noite deixa-me cego para tudo o resto, permitindo que seja apenas possível ver aquilo que está dentro de mim. Solitário no meio que me rodeia. Perdido e sem rumo. Passo sem ser visto pelas criaturas da noite. Com um sussurrar silencioso confesso ao vento os desejos perdidos da minha alma, escutando uma resposta atormentadora.<br />Vagueando no meia da minha floresta oculta tento encontrar os horrores que provocam o medo que arrasa com o meu espírito. Lutando com os demónios da minha alma, tentando expulsar essas criaturas sem nome para um abismo sem fundo. Isto sou eu. Um guerreiro sem forças, um cruzado sem religião. Eu não sou ninguém. Sozinho no meio de gente. Incompreendido por quem me rodeia. Marginal num mundo sem margens. Onde estão aqueles que sempre prometeram estar lá por mim? Eram tantos nos bons momentos, nos maus dão para contar por uma mão. A desilusão de quem oferece apoio quando precisam dele mas que em troca recebe uma floresta de costas voltadas. Vazio e sem vontade. Sofrer por gosto? Achas que sim? Sofrer porque o coração não aprende a viver.<br />Isto sou eu. Não sou ninguém quando os maus momentos batem a minha porta. Um sem abrigo desprotegido, sem coração para me guiar. Sem luz ao fundo do túnel. Sem nada. Apenas me restam as promessas feitas em épocas de abundância, com um sabor amargo na garganta e o sal nos meus lábios das lágrimas que vão caindo.<br />Abandonado, frio e com fome de afecto, estou só! Que resta do tempo em que era feliz? Apenas vagas recordações de um tempo passado, perdido na bruma da memoria, vivendo num mundo de ilusão, acreditando sempre que melhores dias viram! E então onde andam eles? Em lado nenhum.<br />Qual cavaleiro de espada quebrada, vou vagueando, acreditando num futuro cheio de promessas acatadas. Espada partida, espírito desfeito, alma rasgada, coração perdido. Isto sou eu. Um eterno lutador sem objectivos.<br />Uma experiência para recordar. Uma ferida para curar. Uma cicatriz para lembrar. Uma marca interna que já mais vai desaparecer. Desta forma o coração aprende. Aprender à base do castigo. Mas aprende.<br />Agradeço aos amigos que não deixam o meu lado. Esses sabem quem são, não necessitam de ser nomeados. Os outros. Aos outros deixo um recado. Se alguma vez precisaram do meu apoio podem contar com ele porque perdoar é uma virtude ao alcance de todos. E é uma virtude que quando posta em pratica me faz sentir bem.Jennhttp://www.blogger.com/profile/02820782840797994953noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7053259925888906118.post-66078585986683118482010-08-16T10:29:00.001-07:002010-08-16T10:29:57.565-07:00A vida num instante<span style="font-size:85%;"><span style="font-family: verdana;">A vida num instante.</span><br /><br /><span style="font-family: verdana;">De um momento para o outro a nossa vida muda. Estamos em mudança constante. De um segundo para o outro perdemos pessoas importantes na nossa vida, e por vezes basta um instante para encontrar alguém por quem temos andado a procura a vida toda, e ainda mais um segundo para voltar a perder, para depois conquistar novamente. As mudanças do ciclo de vida são das mais variadas que se pode imaginar. Umas são para melhor. Outras são para pior. Mas todas eles fazem parte da vida. Umas por vezes não custam nada, mudar de estilo, mudar de pensamentos, mudar de emprego. Outras estão rodeadas de sofrimento. Mudar de pais, mudar de amigos, mudar de amores.</span><br /><span style="font-family: verdana;"> Que acontece quando somos confrontados com estas mudanças e nada podemos fazer para o impedir? Sofremos naturalmente. Mas esse sofrimento fornece a energia necessário para viver. De certo modo sofrer faz com que exista uma vontade de procurar uma situação melhor. E isso implica mais uma mudança. Isto é, na realidade um ciclo vicioso, onde a única forma de o travar é a monotonia. E quem gosta disso? Ninguém. Por isso temos mais é que aceitar estas mudanças. Porque, quer se aceite, quer não, a vida é um instante muito breve onde de um momento para o outro acontece mais uma mudança que não podemos controlar. A morte. A mudança suprema, aquela em que passamos de um mundo para o outro, e não levamos nada conosco, apenas deixamos. Deixamos as recordações com que os vivos ficam de nós, e até essas recordações tem data de validade associada mais uma vez a morte. </span><br /><span style="font-family: verdana;"> Por isso, não devemos tentar fugir as mudanças que cruzam o nosso caminho, mas sim enfrentar cada uma delas com coragem e com a idéia que essa mudança pode ser para melhor.</span><br /><br /><span style="font-family: verdana;">"A vida são dois dias, o de ontem já passou e o de hoje está a acabar. Amanhã está no incerto. Aproveitam cada nova oportunidade."</span></span>Jennhttp://www.blogger.com/profile/02820782840797994953noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7053259925888906118.post-48218540832770103372010-07-10T10:37:00.001-07:002010-07-10T10:37:23.926-07:00<div>Aconchego-me no teu regaço</div><div>esqueço-me de quem sou</div><div>sinto a leveza de um corpo</div><div>um rosto anônimo</div><div>medo e melancolia.</div><div><br /></div><div>caminhamos de mãos dadas</div><div>solto os meus cabelos ao vento</div><div>saboreamos o silêncio</div><div>mergulhamos num mar de flores</div><div>banhados pelo luar.</div><div>Sou a tua cumplíce no tempo vazio.</div><div><br /></div><div>Colori as minhas esperanças</div><div>de te fazer feliz.</div><div><br /></div><div>Abro os olhos ao meu redor</div><div>vejo tudo vazio.</div><div><br /></div><div>sonho, sonho meu...</div>Jennhttp://www.blogger.com/profile/02820782840797994953noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7053259925888906118.post-54242453673198141302010-06-30T06:24:00.000-07:002010-06-30T06:28:55.238-07:00Ao fazer um mês<p class="MsoNormal"><span class="apple-style-span"><span lang="PT" style="mso-bidi-font-family: Tahoma;color:black;mso-ansi-language:PT">Abro os olhos, vejo as rasgas de sol que saem pela cortina fechada.<o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal"><span class="apple-style-span"><span lang="PT" style="mso-bidi-font-family: Tahoma;color:black;mso-ansi-language:PT">Mais um dia, mais um dia insignificante.<o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal"><span class="apple-style-span"><span lang="PT" style="mso-bidi-font-family: Tahoma;color:black;mso-ansi-language:PT">Fecho os olhos mais uma vez.<o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal"><span class="apple-style-span"><span lang="PT" style="mso-bidi-font-family: Tahoma;color:black;mso-ansi-language:PT">Tenho sono.<o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Quero dormir.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Oiço barulho do quarto ao lado, era a minha mãe.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Batem a porta. Entra ela. Abre as cortinas.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">-“Filha, sai da cama. Faz-te útil.”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Levanto-me. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Visto-me. <span style="mso-spacerun:yes"> </span><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Sento-me a mesa.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Tinha o diário na secretária desde da noite anterior. A dor era tanta, que nem deu para acabar.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Faz um mês desse da tragédia. Neste passado mês, ainda não tinha visitado a campa. Não tenho coragem.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Hoje era o dia.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Hoje era o dia que eu digo o adeus final.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Fecho o diário. Trago-o comigo. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Entro no carro e conduzo. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">(…)<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Chegar ao cemitério não era difícil. Difícil é entrar. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Estaciono e olho para a porta. Parecia que estava a um quilómetro de distância. As minhas pernas ficam imóveis. Respiro fundo.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">-“Tenho que fazer isto.”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Saio do carro e caminho até a porta.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Sabia o caminho de cor, apesar de única ter entrado.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Depois de alguns metros paro. Viro-me para a direita. Lá esta.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">A campa.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Ajoelho-me.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Parece que o meu coração congela.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">O que digo?<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Respiro fundo.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">-“Há tanta coisa que eu possa te dizer. Estou magoada? Claro que estou. Quem não esta. Acho que és egoísta? <span style="mso-spacerun:yes"> </span>Acho. Muito. Há algo que eu possa fazer agora? Não. Agora tenho a certeza que não. Tenho saudades tuas. Foste e és importante para mim. Sempre serás. Mas escolheste o teu caminho. Agora vou escolher o meu.”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Não consigo chorar. Já não há lágrimas para chorar.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Lembro-me. Olho para a minha mão. Lá estava. O meu diário.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Deixo-o na campa.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">-“Thanks for the memories.”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Viro costas.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">E sigo com a minha vida.<o:p></o:p></span></p>Jennhttp://www.blogger.com/profile/02820782840797994953noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7053259925888906118.post-41592365528891815662010-04-24T14:35:00.001-07:002010-04-24T14:35:50.031-07:00Uma semana depois<p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Acordo cansada.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Já não dormia direito há vários dias.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Batem a porta, era a minha mãe.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">-“Filha, vens?”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Hoje era o dia do funeral.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">-“Não”, digo friamente.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Fecho os olhos.<o:p></o:p></span></p>Jennhttp://www.blogger.com/profile/02820782840797994953noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7053259925888906118.post-3473805357060594972010-04-24T14:34:00.000-07:002010-04-26T15:13:57.653-07:00Acordo...<p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Acordo.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Estava no sofá.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Parecia que tinha acordado de um pesadelo, doía-me o corpo inteiro.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Vejo o Sr. Rui, o pai do Filipe, à porta da sala.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Ele tinha os olhos inchados.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">-“Filhinha, como te sentes?”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">-“Como se o mundo tivesse caído em cima de mim. O Filipe já chegou?”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Ele olha para mim pasmado,<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">-“ Não te lembras…?”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Vem me tudo à cabeça, o corpo, a linha, o ladrar. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Escondo a cabeça debaixo da manta.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">-“Pensava que era um pesadelo…”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Oiço o barulho distante da sirene da ambulância.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">-“Ele ainda…”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">-“ Não. É para ti.”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Ponho-me em pé.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">-“ Não preciso de ambulância nenhuma. Preciso de o ver. Por favor. Preciso…”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Enquanto caminho para a porta começo a chorar, mas ele impede a minha tentativa de sair da sala.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">-“Não saias daqui. Por favor. Já se perdeu demasiado hoje.”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Sinto o meu corpo débil. Não consigo sentir as minhas pernas. Caio no chão. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">-“Não acredito… aquilo era um pesadelo!”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Sinto umas mãos a volta dos meus ombros.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">-“Ele foi egoísta.”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Olho para cima.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Os olhos dele estavam frios como a pedra.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Nunca o tinha visto assim.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Mas ele tinha razão.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">O Filipe tinha acabado com tudo.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Choro.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Batem à porta. Era a ambulância.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Pegaram em mim.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Nem luto.<o:p></o:p></span></p>Jennhttp://www.blogger.com/profile/02820782840797994953noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7053259925888906118.post-5493054567921902752010-04-24T14:32:00.000-07:002010-04-24T14:34:19.996-07:00Outra perspectiva<p class="MsoNormal"><i style="mso-bidi-font-style:normal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">(Dona Emília)<o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Vejo-a a entrar na floresta, volto as costas e caminho para a cozinha.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">(…)<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Oiço ladrar. Era o Rex. Mas não vejo ninguém a vista.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">O meu coração palpita a uma velocidade desumana.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">O ladrar não parava.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Começo a correr.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">A correr em direcção ao barulho.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Chego.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">As lágrimas começam a correr-me pela cara.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Vejo dois corpos imóveis.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">-“Filho… Filho!”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Seu corpo está frio, desfeito.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Pensei que estava a sonhar.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Já não há nada a fazer.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Viro-me para ela.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Está fria, mas estava viva.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">O que teria acontecido?<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Corro para a casa, para chamar alguém…<span style="mso-spacerun:yes"> </span><o:p></o:p></span></p>Jennhttp://www.blogger.com/profile/02820782840797994953noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7053259925888906118.post-37896087455887683862010-04-11T12:18:00.001-07:002010-04-11T12:18:16.274-07:00Ao acordar...<p class="MsoNormal" align="center" style="text-align:center"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">IV<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Acordo com alguém a bater à porta.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">“O Filipe já te deu notícias?”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Olho para o meu telemóvel.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">-“Não recebi nada Dona Emília.”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Desço as escadas atrás dela. Ela pára em frente da mesa de entrada.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">-“É normal então, ele deixou o telemóvel aqui!”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">O meu coração deu um pulo, não era o costume dele.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">-“Dona Emília, vou passear com o Rex no quintal. Posso?”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">-“Claro!”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Saio pela porta das traseiras. Filipe morava mesmo em frente duma floresta. O tempo estava nublado, tinha chovido e cheirava a musgo fresco.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Olho para o relógio, já passava do meio-dia. Tinha combinado estar com ele há duas horas atrás.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Tudo perdeu o sentido.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">O Rex ladrou e correu para dentro da floresta, a caminho da linha do comboio. Andei atrás dele, pois ele não se podia perder.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Ao chegar a linha do comboio, vejo o Rex a ladrar na curva que a linha fazia.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Vejo algo escuro. Sinto o meu coração a acelarar. Chego à beira da linha.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Vejo seu corpo estendido na linha, imóvel, desfeito.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Entro em choque.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Desmaio.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT"><o:p> </o:p></span></p>Jennhttp://www.blogger.com/profile/02820782840797994953noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7053259925888906118.post-34387995203039956242010-04-11T12:17:00.003-07:002010-04-11T12:17:58.736-07:00A chegar à casa dele...<p class="MsoNormal" align="center" style="text-align:center"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">III<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Desligo o carro e respiro fundo.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Estava à espera de o ver a sair pela porta fora, com o seu jeito, aquele jeito que nem eu sabia explicar.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Mas ninguém saía.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Saí<span style="mso-spacerun:yes"> </span>do carro e caminhei até a porta da casa. Bati a porta. Era a mãe dele.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">-“Ó filhota, entra, entra. O Filipe saiu, mas deve estar quase a chegar. Mas estás a vontade.”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">-“ Está bem Dona Emília, eu espero no quarto dele.”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Subo as escadas. A meio das escadas encontro o Rex, seu cão.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">-“Rex, anda comigo.”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Faço-lhe uma festinha e ele vem a correr atrás de mim.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Entro no quarto dele, desarrumado como o costume.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Sorrio a olhar para a sua mesinha de cabeceira. Estava lá uma foto do nosso baile de finalistas, eu tinha sido o seu par.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><i style="mso-bidi-font-style:normal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Flashback<o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal"><i style="mso-bidi-font-style:normal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Estava o sol a nascer e estávamos a caminhar pela praia descalços. <o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal"><i style="mso-bidi-font-style:normal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">-“Quando formos velhinhos, será que vamos ter forças para voltar a fazer isto?”<o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal"><i style="mso-bidi-font-style:normal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">-“Quando fores velhinho não vais querer saber de mim, vais ter uma enfermeira novinha para tratar de ti.”<o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal"><i style="mso-bidi-font-style:normal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Sinto as suas mãos a abraçarem me pelas costas.<o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal"><i style="mso-bidi-font-style:normal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">-“Tu para mim serás a única enfermeira que eu vou querer a tomar conta de mim.”<o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal"><i style="mso-bidi-font-style:normal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">-“Lembra-te que quando tu fores velhinho, eu também vou ser velhinha!”<o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal"><i style="mso-bidi-font-style:normal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">-“A minha velhinha.”<o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal"><i style="mso-bidi-font-style:normal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Presente<o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Deito-me em cima da cama dele, a pensar enquanto brincava com o meu colar preferido, um colar que ele me tinha dado, que dentro do coração tinha uma foto nossa de cada lado.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Acabo por adormecer.<o:p></o:p></span></p>Jennhttp://www.blogger.com/profile/02820782840797994953noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7053259925888906118.post-28561742377392711142010-04-11T12:17:00.001-07:002010-04-11T12:17:31.126-07:00A manhã seguinte<p class="MsoNormal" align="center" style="text-align:center"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">II<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><i style="mso-bidi-font-style:normal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Filipe piscou-me o olho.</span></i><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT"><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Abro os olhos. Era a manhã seguinte, estou deitada na cama. Sinto um aperto no meu coração, um pressentimento que algo não está bem.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Caminho para o quarto seguinte, que é do meu avô, e olho para dentro. Dormia ele um sono profundo. Dou um suspiro de alívio. Mas o aperto continuava lá.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">A mãe já tinha saído de casa e o irmão tinha passado a noite em casa de um colega.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Caminho para a cozinha, e olho para o meu telemóvel, tinha o deixado cá na noite anterior. Vi que tinha uma mensagem do Filipe:<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><i style="mso-bidi-font-style:normal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Bom dia florzinha, não te esqueças de mim ;)<o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Sorri.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">A noite anterior tinha sido maravilhoso, mas sinto-me confusa. Eu sei que não são sentimentos concretos, mas estão lá, algures. Ele é aquilo que me completa, algo que já não sentia a algum tempo. Não sei de que maneira, mas completa-me.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Concentrada a pensar, entro no carro e saio de casa.<o:p></o:p></span></p>Jennhttp://www.blogger.com/profile/02820782840797994953noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7053259925888906118.post-2552902264777112422010-04-11T12:16:00.000-07:002010-04-11T12:21:21.169-07:00Marés<div style="text-align: center;">I</div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: left;"><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 18px;"></span></p><p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">A água batia nas rochas violentamente, mesmo assim o mar acalmava-me, fazia-me sentir serena. O tempo já tinha escurecido, mas o roxo do pôr-do-sol ainda se reflectia na areia. Ele tinha adormecido encostado ao meu ombro. Sorri, já tinham passado quatro anos desde do inicio da nossa amizade, e que quatro anos! Já tínhamos passado tanta tristeza, tanta alegria, tantas zangas, mas continuávamos os mesmos malucos desde do primeiro dia.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Os seus pequenos suspiros preenchiam o barulho do mar no silêncio da noite. Este cenário era-me familiar, já tão familiar.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">O telemóvel toca. Era a mãe. O jantar estava pronto. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">-“Diz à sogrinha que ponha mais um pratinho para mim.”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Tinha ele acordado com o barulho do telemóvel.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">-“Achas que ela se ia esquecer de ti parvinho?”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Ele beijou a minha testa, “beijo de juízo”, como ele me costuma dizer, como eu tivesse pouco. Abraçou-me.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">-“Estás gelada! Não tens frio?”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Ele tinha razão, a minha pele estava fria, mas eu não tinha dado por ela. Ainda era o inicio da primavera, as noites ainda eram frias mas eu tinha-me esquecido de trazer o casaco, estava na mala do carro.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Sinto uma camisola nas pernas.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">-“Veste. Não te podes constipar.”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Visto a camisola, era-me grande mas sentia como me servisse perfeitamente. Cheirava ao seu perfume, Armani, o presente que lhe tinha dado no seu último aniversário. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Ele deitou a sua cabeça no meu colo.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">-“Tenho preguiça.”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">-“Já nasceste com preguiça, conta-me algo de novo…”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">-“Novo? Hmmmm, estás muito bonita assim com a minha camisola!”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Sorri.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">-“Hahaha. É mesmo a minha cor não é? É minha agora!”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Ponho a língua de fora.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">-“Pronto, ela é tua por hoje.”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Faço-lhe festinhas no cabelo. Estava grande, mas gostava de o ver assim.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Fecha ele os olhos.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">O telemóvel toca.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">-“Vamos embora antes que a sogrinha me bata.”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Andamos até o carro, o braço dele à minha volta. Sentia-me pequena, mas sentia-me bem. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Abre-me a porta e sento-me.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Ligo o carro.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Ele senta-se.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Partimos.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">(…)<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Saímos, depois do jantar. A pé. A caminhada do costume.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">-“Tenho a barriga mesmo cheia. A tua mãe sabe conquistar-me, sabes?”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">-“Cheira-me que vou ter um padrasto.”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">-“Hahaha, primeiro tinha que me casar contigo.”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">-“De que estas a espera?”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">-“De ganhar o dinheiro para te dar o diamante que tanto queres.”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Sorri.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><i style="mso-bidi-font-style:normal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Flashback:<o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal"><i style="mso-bidi-font-style:normal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">À 2 anos atrás, no casamento da prima Maria, estavamos sentados na mesa com um jovem casal que estava noivo.<o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal"><i style="mso-bidi-font-style:normal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">-“Ai, Fi, quero um diamante igualzinho a este. É perfeito!”<o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal"><i style="mso-bidi-font-style:normal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">-“Pronto, eu compro-te um igual.”<o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal"><i style="mso-bidi-font-style:normal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">-“Prometes?”<o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal"><i style="mso-bidi-font-style:normal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">-“Prometo.”<o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal"><i style="mso-bidi-font-style:normal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Presente<o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-bidi-font-family:"Comic Sans MS"; mso-ansi-language:PT">Após o jantar, fomos ao jardim onde costumamos ir</span><span lang="PT" style="font-family:"Comic Sans MS";mso-bidi-font-family:"Comic Sans MS"; color:#8000FF;mso-ansi-language:PT"> </span><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT">e sentei-me no banco do costume. Ele senta-se no meu colo.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">-“Hoje sou o bebé.”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">-“Sempre foste o meu bebé.”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Sorri.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Ele fixa o seu olhar num gato que estava no outro lado do jardim.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">-“Posso te fazer uma pergunta?”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">-“Podes.”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">-“Amanhã. De manhã. És minha não és?”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">-“Sempre fui. Sou agora até, não vês?”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">-“Sabes que não foi isso que eu quis dizer. Amanhã vens ter comigo?”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">-“Claro!”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Ele olha seriamente nos meus olhos.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">-“Deixas-me fazer uma coisa?”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">-“O quê?”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">-“Deixas?”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Hesitante, respondo.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">-“Podes claro.”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Não reparei no que ele fez, fiquei pasmada. Os lábios dele eram doces, acolhedores. Nunca me tinha sentido tão confortável. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Fiquei sem palavras e beijei-o de volta.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Silêncio. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Eu não sabia o que dizer. Estava preenchida.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Ele pegou na minha mão que estava a tremer. Encostei a minha cabeça no seu ombro.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">(…)<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Chegamos ao carro dele.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Ele abraçou-me, um abraço longo.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Voltou a beijar a minha testa.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">-“Amanhã estarei a tua espera.”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT">Filipe pisca-me o olho.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="mso-ansi-language:PT"><o:p> </o:p></span></p><p></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="line-height:115%; mso-ansi-language:PTfont-size:12.0pt;"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span lang="PT" style="line-height:115%; mso-ansi-language:PTfont-size:12.0pt;"><o:p> </o:p></span></p></div>Jennhttp://www.blogger.com/profile/02820782840797994953noreply@blogger.com0